A obra "Bordeline", executada em técnicas mistas sobre papelão, é um exemplar notável da arte contemporânea que explora a materialidade e a abstração para evocar profundas questões existenciais. O título, uma única palavra que denota limite, fronteira e a condição de transição, sugere uma exploração das margens entre o definido e o indefinido, o real e o simbólico. Ao optar pelo papelão como suporte – um material ordinário elevado à condição artística – o artista alinha-se a vertentes como a Arte Povera, onde o ressignificado do humilde se torna o veículo para o sublime. "Bordeline" não é apenas uma pintura; é uma declaração, posicionando-se como um ativo artístico de significado profundo e valor intrínseco para colecionadores que buscam peças com alma, caráter e um inegável poder de diálogo.
 
Visualmente, "Bordeline" se apresenta como um dinâmico caleidoscópio de formas abstratas e texturas que pulsam. Camadas de cor se sobrepõem e se entrelaçam, delimitadas por contornos pretos vigorosos que ora contêm, ora liberam as massas cromáticas. A ausência de figuras reconhecíveis convida o observador a uma jornada interpretativa, onde formas sugerem fragmentos de rostos, figuras ou paisagens interiores, em constante fluxo. Tematicamente, a obra mergulha na dualidade e na instabilidade da condição humana, a sensação de estar "à beira" entre estados de espírito, entre a clareza e a confusão. É uma celebração da beleza na imperfeição e na transitoriedade, capturando a energia do limiar.

Dimensões: 39cm x 37cm