A escultura intitulada "Mão", meticulosamente moldada em argila fria, transcende a mera representação anatômica para se afirmar como uma obra de arte carregada de simbolismo, funcionalidade e um apelo estético profundamente orgânico. Longe de buscar o hiper-realismo, o artista optou por uma abordagem que valoriza a essência da forma e do gesto, transformando um elemento cotidiano – a mão – em um objeto de contemplação e utilidade. Esta peça não é apenas um adorno; é um convite à reflexão sobre a humanidade, o cuidado e a beleza que brota da simplicidade, posicionando-a como um ativo cultural e estético de valor intrínseco e apelo universal.
Visualmente, a escultura nos apresenta uma mão aberta, com a palma generosamente voltada para cima, em um gesto que evoca oferta, acolhimento ou recebimento. Os dedos são bem definidos, com volumes que sugerem a maciez e a capacidade de apreensão da derme. O que eleva esta escultura é a poética e inesperada incorporação de uma rosa no ponto onde o pulso encontraria o corpo. Essa fusão cria um poderoso contraste e uma narrativa visual rica, onde a mão (símbolo de humanidade, trabalho, cuidado) encontra a rosa (beleza, amor, fragilidade). A obra é uma meditação sobre o ato de cuidar da beleza, ofertar amor e a delicadeza que emerge do esforço humano.
top of page
0/500
bottom of page